Luiz Alberto Fonseca
O objetivo é trocar experiências, fechar parcerias e buscar novos modelos de gestão.
Sempre em busca de expandir horizontes e fechar novas parcerias, a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), realizou visitas técnicas a outras Fundações de Apoio nos estados de São Paulo e Goiás. A comitiva, formada pela vice-presidente da Fundação, Taciana Melo, pela gerente da Unidade de Administração, Contabilidade e Finanças, Fernanda Canuto e pelo consultor técnico especializado Nemer Ibrahim partiu com a missão de entender o funcionamento dessas entidades, que atuam na área da saúde. O objetivo era aprimorar o conhecimento em gestão hospitalar, e, dessa forma trazer novas propostas de mercado e possibilidade parcerias futuras.
“Esse momento é para que a gente possa desenvolver um novo modelo de gestão ou implantar novas expertises da prática operacional e financeira que a gente já executa. A gestão de saúde já foi alvo de atenção de nossa parte e, provavelmente, a gente vai retomar o trabalho nessa área. Em breve teremos novidades, porque as parcerias estão sendo muito bem discutidas por aqui”, explica Taciana Melo.
A primeira parada foi na Fundação Zerbini (FZ) que é a fundação de apoio ao Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo. A entidade, que existe desde 1978, é a responsável pela gestão de projetos de pesquisa e pelo suporte financeiro, administrativo e operacional da unidade de saúde. Segundo o diretor-presidente, Paulo Eduardo Rodrigues, a fundação atua em vários setores do InCor. Vai desde a contratação dos projetos de pesquisas e corpo de colaboradores, até a articulação de contratos, parceiros e relacionamento com órgãos públicos e privados. O resultado é uma otimização do serviço prestado à população. “Cada vez mais a população depende do SUS e depende da atuação do Estado. Mas o Estado não consegue fazer sozinho, as coisas que precisam ser feitas. Às vezes, há a necessidade de compras de insumos, de contratação de pessoas e as leis brasileiras não permitem que isso seja feito rapidamente. E aí entram as fundações. No sentido de agilizar o processo e atender as necessidades do hospital”, conclui.
Nemer Ibrahim reforça esse pensamento, ao lembrar que, de um modo em geral, os serviços ligados ao setor público têm dificuldades na área de gestão, tanto financeira quanto administrativa. Dessa forma, a parceria com as fundações surgem para melhorar esses processos e trazer novas ferramentas que possibilitem serviços oferecidos à população de forma mais sistematizada. “Os resultados tem q ser palpáveis e miscíveis. Isso é algo de extrema importância e uma dificuldade que o serviço publico de uma forma geral tem: como medir o desempenho e a qualidade dos serviços ofertados? Essas são expertises que as fundações já apresentam dentro do próprio escopo de trabalho”.
Paulo Eduardo Rodrigues ainda reforça a importância de uma cooperação mútua entre fundações de apoio, como a Fundepes e a FZ. Segundo ele os problemas enfrentados são os mesmos e existe uma necessidade de buscar um constante aperfeiçoamento na relação com o órgão público que é apoiado. “Nesse momento nós estamos discutindo o projeto de lei que defina claramente o papel das fundações. E o que vale para cá vale para qualquer outro lugar e eu sei que a Fundepes também está discutindo isso em nível do estado. Nós nos prontificamos aqui a trocar informações e como conduzir esse processo emergencialmente, porque esse é um problema que está afetando todas as fundações e os órgãos que elas apoiam”.
O estado de Goiás, foi o segundo destino da missão. A comitiva visitou o município de Jataí, distante 320 quilômetros da capital, Goiânia, para conhecer o funcionamento do hospital da cidade. O local é uma das unidades de saúde do estado que recebem a gestão administrativa, financeira e jurídica da Fundahc, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. A unidade de médio porte atende 27 cidades da região e oferece serviços como cirurgias, ortopedia, psiquiatria, pediatria, entre outras especialidades. O local também possui leitos de UTI e uma usina de oxigênio.
Segundo o diretor Paulo de Tarso, antes da parceria o hospital era administrado pelo município. Faltavam recursos para medicamentos e o local estava sucateado, com a estrutura física abandonada. Ele conta que, com chegada da fundação, a situação mudou significativamente. “O principal ganho para o município de Jatai e para a região toda é a ideia de um hospital estadual, que está dentro do complexo regulador estadual e pode em um tempo muito rápido, colocar o paciente que precisa de um atendimento diferente do que nós temos aqui, em outras cidades, em outros hospitais do estado. Além, claro, de atender a população com aquilo que ela precisa, com respeito e qualidade”.
Taciana Melo explica que, com a visita, foi possível conhecer, na prática, o trabalho que as fundações podem realizar para o município e estado na área de saúde. “Aqui em Jataí a gente encontrou um modelo muito bacana, junto com a Fundahc, onde eles aplicam diariamente metodologias de gestão que podem ser replicadas em nosso estado. Pude observar várias expertises que a gente já desenvolve e que pode melhorar e, também levar novas metodologias para que tenhamos, de fato, mais serviços de excelência e para que a gente possa propor parcerias muito duradouras com estado e município em Alagoas”.
Para Fernanda Canuto, o dia de campo foi bastante produtivo, no sentido de captar informações importantes sobre os procedimentos gerenciais executados no hospital. “A gente entendeu como são os processos de compra, processos financeiros e processos administrativos. E isso é de suma importância para que a gente possa adaptá-los ao controle interno que a gente quer implantar na Fundepes.”
Seguindo a sequencia de visitas, o ultimo dia da expedição foi dedicado a uma visita na sede da Fundahc em Goiânia. Na ocasião, a comitiva pode conhecer um pouco da historia da instituição, que existe há 25 anos e tem como missão a gestão administrativa, financeira e jurídica de projetos de ensino, pesquisa e extensão na área da saúde e a gestão de unidades de saúde do SUS. “Hoje nós fazemos a gestão de três maternidades municipais de Goiânia e um Hospital Estadual que fica no município de Jataí. Toda a oferta de serviços aos usuários é de responsabilidade da Fundação de Apoio”, explica a diretora executiva, Lucilene Souza.
Ela também reforça a importância de receber a visita da Fundepes como uma forma de crescimento mútuo. “As fundações têm a mesma missão, nos seus diferentes locais de atuação e ter a presença da Fundepes aqui, compartilhando o que nós já fazemos com excelência, para uma fundação que vai iniciar esse processo de gestão de unidade de saúde é prazeroso e valioso pelo reconhecimento do nosso trabalho. Sai ganhando a Fundahc e, também a Fundepes”, conclui.
Para a equipe da Fundepes, a missão foi concluída com sucesso. Taciana Melo reforça que oportunidades assim tornam claras a necessidade de troca de experiências e conhecimentos entre fundações de apoio. “Esse momento de busca ativa de informações, de dados , de conhecimentos, de sistemas de gestão, de atuação com pessoal vai trazer para a fundepes um novo olhar, inclusive a nível de participação de equipe de interação com outras instituições. Certamente esse momento irá nos trazer grandes frutos e possivelmente, fará com que a gente retome as missões e dê continuidade a essas imersões de conhecimento tão inspiradoras”, conclui.