Da abertura de um espaço para atendimento a mulheres em situação de violência ao investimento na profissionalização de marisqueiras do sururu. A Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) apoia uma série de projetos de pesquisa, extensão e estímulo à inovação cujos recursos procedem de emendas parlamentares. Com outras duas iniciativas em andamento, o manejo total das verbas ultrapassa R$ 2 milhões.
Em mais de 40 anos de expertise no gerenciamento administrativo-financeiro de projetos de pesquisas de instituições federais de ensino, a Fundepes também é gabaritada para ser destinatária da execução de verbas enviadas por congressistas. Nos exemplos citados acima – ambos vinculados à Universidade Federal de Alagoas (Ufal) –, a assinatura para liberação dos valores de, respectivamente, R$ 100 mil e R$ 150 mil, partiu do senador Rodrigo Cunha (UB).
Da outra ala do Congresso Nacional, o deputado federal Paulão (PT) enviou R$ 600 mil para modernização tecnológica e estrutural do curso de Comunicação Social (COS) da Ufal. E novamente Rodrigo Cunha reservou R$ 1,2 milhão para materializar ação do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) na construção dos chamados Espaço 4.0 nos campi de São Miguel dos Campos, Maragogi, Santana do Ipanema, Viçosa, Arapiraca e Palmeira dos Índios.
Com objetivo de capacitar jovens entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade socioeconômica no campo da inovação tecnológica, o Espaço 4.0 é dotado de computadores, tablets, impressoras 3D, acesso a Internet e outros gadgets.
Já no caso das marisqueiras, o projeto coordenado pela Faculdade de Nutrição (FANUT) da Ufal mira a qualificação técnica das trabalhadoras, incluindo capacitação para gestão e comercialização do sururu, bem como a introdução de conceitos e práticas de sustentabilidade, cooperativismo e empreendedorismo. Como resultado, espera-se aperfeiçoar a organização da cadeia produtiva para promover melhoramentos na qualidade do produto oferecido ao consumidor e, consequentemente, no saldo do negócio.
Como se observa, a aplicação do recurso público acarreta em múltiplos benefícios ao, simultaneamente, contemplar a produção da comunidade científica, atender às demandas da cadeia produtiva e, principalmente, gerar avanços nos serviços prestados para toda a população.
Segurança e transparência
É a Fundepes quem acompanha e gerencia cada etapa destes projetos. Como explica o diretor-presidente da entidade, Ricardo Wanderley, há duas possibilidades de execução da emenda. “A primeira é pelo envio direto do recurso. A outra é de modo terceirizado – quando a Fundação recebe a missão diretamente da instituição ensino apoiada”, pontua.
Neste caso, no momento de destinação, o beneficiário – em geral, um grupo de pesquisa, uma associação ou uma instituição de ensino – destaca uma pessoa jurídica com condição técnica de executar e entregar a proposta conjuntamente. “Para a maioria dos projetos, o recebimento de recursos demanda uma atividade gerencial que eles geralmente não têm, e então, compartilham com a gente”, complementa Taciana Melo, vice-diretora presidente da Fundepes.
Já o parlamentar, tem a ciência e a garantia de que, com o acompanhamento sob responsabilidade da Fundação, a aplicação do recurso e a efetiva execução do projeto se darão de maneira correta, transparente e eficaz. “Atuamos para que a destinação seja executada exatamente da forma planejada e que a prestação de contas seja feita com transparência suficiente para que o parlamentar tenha total segurança”, assegura Ricardo Wanderley. As informações sobre o andamento dos projetos estão disponíveis no Portal da Transparência.
A Fundepes adianta que há previsão da chegada de mais recursos via emenda parlamentar. A entidade trabalha na finalização dos processos e deve anunciar em breve o recebimento de novas ações franqueadas por emendas de deputados e senadores alagoanos.